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sábado, 2 de julho de 2011

QUEM EU SOU?

            Cada ser humano elabora um conceito de si mesmo muito próprio. E passa a trabalhar e a conviver a partir desse conceito, ou de uma certa imagem, que criou e se esforçou em comunicar a quem participa de sua vida e de sua convivência. Isso pode até provocar alguns conflitos entre o que pensa de si e o que outros pensam a seu respeito.
            Por falar em outros, é importante cada qual, prestar atenção também ao que acontece a seu redor. Há uma diferença fundamental entre “quem sou eu” e “quem eu sou”. A primeira depende do conceito que cada qual elabora de si. E a segunda depende do que outros pensam e conseguem desvendar e elaborar a seu respeito.
            O Mestre dos mestres na sua contagiante sabedoria interpelou certa feita seus seguidores perguntando: “Para vocês, quem eu sou”? Bem sabia que na mente desses seguidores havia uma imagem a seu respeito nada coerente com aquela que ele queria revelar. Eles viam nele uma esperança política. Acreditavam que estaria organizando um governo com armas e exércitos suficientes para mudar a situação deprimente em que o povo se encontrava.
            Esperavam um grande e poderoso messias, libertador dos oprimidos e construtor de um novo reino e uma nova sociedade. Hoje também muitos são os que vêem nele um homem excepcional, um grande mestre, um grande sábio, sensível ao sofrimento humano, atento aos pobres a ponto de aceitar entregar a própria vida para a salvação de todos. Continuam admirando suas atitudes e seus gestos marcados por um profundo amor e uma extraordinária misericórdia.
            E não passam disso. Esquecem de ver nele aquele que realmente é. Não existiu e não existirá ninguém como ele. Os profetas foram homens corajosos, mas não foram salvadores. Prepararam a vinda dele, mas não eram o messias esperado das nações. Só ele é esse Messias e esse Salvador que veio na simplicidade de um ser humano para revelar o amor de um Deus compassivo e compreensivo.
            Nos arquivos da história da humanidade encontram-se relatos de grandes heróis venerados por seu povo. Homens e mulheres que praticaram gestos extraordinários e que conquistaram a independência e liberdade para seu povo. Homens e mulheres que realizaram descobertas fantásticas e muito úteis para a humanidade no campo da saúde, da ciência, da arte e de tantos outros setores da vida humana.
            Tudo isso é louvável e grandioso. Mas Jesus Cristo não pode ser visto e admirado simplesmente como um desses grandes homens, como um sábio e inteligente líder, como alguém que marcou a humanidade com sua personalidade e com a persuasão de suas idéias e de seus projetos. Ele precisa ser visto como alguém especial. Alguém, não como resultado de opiniões, mas como fruto de convicções.
            Para elaborar um conceito real e verdadeiro a seu respeito será preciso examinar em profundidade seus ensinamentos, e sua programação de vida. Não confiar naquilo que a mídia difunde e confunde. É preciso respeito pelo sagrado, equilíbrio no julgar, bom senso no interpretar e seriedade no pesquisar.
                                                                             

Frei Venildo Trevizan OFMCap

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